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Alergia aos pólens

A principal alergia com incidência em Portugal



Alergia aos pólens

Os pólens são os alergénios mais importantes do ambiente exterior que induzem sintomas de doença alérgica. A gravidade das manifestações alérgicas depende da quantidade de pólen libertado e da exposição do indivíduo durante a estação do ano específica; por isso, podem variar de ano para ano, sendo mais graves quando há níveis de pólens elevados. No último século assistimos a um progressivo e surpreendente aumento da prevalência da rinite alérgica a pólenes, tendo passado de uma doença rara (descrita pela primeira vez em 1819 - designando-se na altura “febre dos fenos”, com apenas alguns casos identificados nos anos seguintes) para se tornar a condição imunológica mais frequente no ser humano, hoje em dia. De facto, a rinite é a mais prevalente das doenças alérgicas e afeta atualmente cerca de 30% dos portugueses. É comum a ocorrência de sintomas (mais frequentemente rinite e/ou conjuntivite, mas em cerca de 40% dos afetados também asma) em indivíduos sensibilizados ao pólen quando este se encontra em elevada quantidade no ar, tal como acontece em plena primavera. O termo “polinose” possui o mesmo significado clínico que a alergia aos pólens.

Tipos de pólens Os pólens são grãos de pequeníssimo tamanho, microscópicos e, por isso, invisíveis ao olho humano, produzidos pelo aparelho reprodutor masculino das flores. A polinização consiste precisamente na libertação desses grãos para a atmosfera e se espalharem de forma a iniciarem o cultivo dessa espécie de plantas em outras localizações e dessa forma assegurar a manutenção e sobrevivência das espécies vegetais. Por isso, podemos encontrar pólens em quase todos os locais de ambiente exterior, uma vez que eles viajam muitos quilómetros com o vento e com as abelhas para propagar as sementes da espécie. Além disso, cada planta produz milhares e milhares de grãos de pólen. As condições atmosféricas são determinantes para a maior agressividade dos pólens. A temperatura e humidade mais propícias à polinização ocorrem durante os meses de primavera e início de verão para a maioria das plantas. O vento, a temperatura elevada e o tempo seco favorecem maior gravidade de sintomas. Por outro lado, os períodos de chuva reduzem drasticamente os níveis de pólen. No entanto, é fundamental ter noção que nem todas as plantas polinizam ao mesmo tempo, nos mesmos meses. Os principais indutores de sintomas de alergia são algumas espécies de árvores (como é o caso da oliveira, plátano, bétula), ervas (como é o caso da parietária, artemísia, plantago) e arbustos. O pólen das gramíneas, também conhecidas como fenos, é de longe o principal responsável por alergias respiratórias. Os pólens em Portugal existem todo o ano, mas são mais frequentes nos meses de fevereiro a outubro, sendo os picos mais elevados nos meses de maio a julho. Nos meses de outono e inverno observam-se contagens mais modestas, e de algumas espécies específicas como é o caso do cipreste. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, o pólen de plantas com flores muito coloridas, ou de dimensões grandes (como é o caso do pinheiro) raramente estão implicados já que o seu tamanho dificulta a dispersão aérea e o atingimento das vias aéreas. Muitas vezes o que acontece é que o odor muito ativo de algumas destas plantas é que provoca sintomas, e que são interpretados como alergia. O pólen que provoca alergia é de tamanho microscópico, por isso, invisível ao olho humano É muito importante o doente ter conhecimento de quais os pólens que lhe provocam alergia, para prever quais os meses em que terá sintomas, uma vez que a concentração de pólens de cada espécie tem épocas próprias, que dependem do seu ciclo de polinização influenciado por condições atmosféricas favoráveis.

Outros alergénios É frequente ter alergia a mais do que um tipo de pólen. Não existem dados exatos em Portugal, mas por exemplo em Espanha cerca de 50% dos doentes com alergia a pólens no norte do país e mais de 80% no sul do país têm alergia a mais de uma espécie. Por vezes, também existe combinação com outras alergias como por exemplo ácaros do pó, ou animais de estimação como gato ou cão.

Os fungos são outros dos alergénios frequentes do ambiente exterior. Porém, são muitos menos as pessoas afetadas por esta alergia. Também no caso dos fungos as condições atmosféricas interferem, havendo alturas do ano de maiores e menores concentrações. Os fungos que mais frequentemente provocam alergia são a Alternaria, o Cladosporium, Aspergillus e algumas espécies de Penicillium. Alguns fungos também podem estar presentes no interior das habitações, vulgarmente conhecidos como mofo ou fazer parte da poeira do interior das casas. Os doentes com alergia a pólen podem apresentar alergias alimentares por reatividade cruzada. Alergia aos pólens - sinais e sintomas Os sinais e sintomas das reações alérgicas são muito semelhantes aos que ocorrem nos quadros de constipação ou infeção vírica das vias aéreas superiores e consistem em múltiplos espirros, pingo no nariz e congestão nasal, comichão no nariz e olhos e ocasionalmente tosse ou outros sintomas respiratórios. As diferenças principais prendem-se com o facto de que nos casos de alergia, não surgir febre e, muitas vezes, estão presentes também os sintomas oculares (olhos vermelhos, olhos a lacrimejar, etc.); a tosse normalmente é seca, sem expetoração. Além disso, se apresenta sintomas que se repetem frequentemente no tempo ou com duração de muitos dias, é mais provável que se trate de alergia. Algumas pessoas apresentam também alergia na pele, por exemplo se tiverem alergia às gramíneas e tocarem em relva ficam com manchas na pele e prurido (comichão); esta situação denomina-se urticária de contacto alérgica, mas não é muito frequente. Em que idade se manifesta a alergia? Os sintomas de alergia a pólens podem aparecer em qualquer idade, ainda que sejam mais frequentes a partir da infância (na criança em idade escolar) e juventude. A alergia a pólens é muito rara no recém nascido ou no bebé de meses. Habitualmente, vai-se desenvolvendo ao longo dos anos seguintes. Também podem aparecer de novo em adultos, ou mesmo ocorrer como uma alergia tardia numa fase mais avançada da vida. Diagnóstico da alergia aos pólens Quando um doente sofre de sintomas de rinite e/ou conjuntivite e/ou asma em dias de sol, sobretudo com vento, e melhora nos dias de chuva, é muito provável que sofra de alergia a pólens! Se os sintomas se repetem sempre na mesma época do ano, o diagnóstico é mesmo muito provável. Para o comprovar e para saber qual o(s) polén(es) envolvido(s), é fundamental recorrer a um médico alergologista (especialista em alergologia) onde será feito o teste cutâneo. Este exame é a forma mais sensível e rápida de detetar alergia e podem ser avaliados de uma só vez vários pólens. Em algumas circunstâncias, o médico poderá optar por realizar análises de sangue, por exemplo se o doente se encontra a tomar anti-histamínicos ou se o teste realizado na pele deixou ficar algumas dúvidas, ou em algumas situações para decidir os melhores constituintes para uma vacina (imunoterapia específica). A alergia aos pólens tem cura? Uma vez que se começam a manifestar, os sintomas clínicos tendem a persistir crónica e indefinidamente ao longo do tempo, ou mesmo a agravar-se (entre 30-60% dos doentes com rinite alérgica a pólens pode acabar por desenvolver asma). Uma percentagem muito pequena de doentes (cerca de 8%) pode apresentar remissão clínica espontânea, ou seja, passa a deixar de ter sintomas sem precisar de tratamento - mas estes casos são considerados raros. A maioria dos doentes, especialmente a partir da sexta década de vida, vão diminuindo os seus os sintomas lentamente, embora não aconteça em todos os casos. Saiba, de seguida, como tratar a alergia aos pólens.

Alergia aos pólens - tratamento Existe tratamento para impedir o aparecimento dos sintomas, ou tratamento para aliviar os sintomas quando estes já estão instalados. A opção depende da opinião do Médico Alergologista, que pondera cada situação caso-a-caso e, por isso, é fundamental a consulta. O tratamento medicamentoso preventivo depende de conhecer a época de polinização dos pólens a que o doente é alérgico e consiste em tomar medicamentos ou remédios anti-alérgicos (anti-histamínicos, sprays nasais, etc) durante essa fase, de forma a impedir o aparecimento dos sintomas. Esta solução é temporária e não cura a doença, mas permite o conforto do doente. Se a doença é mais grave, ou de forma a eliminar a necessidade de medicamentos constantes, pode-se decidir por fazer vacinas. Não existe nenhum remédio caseiro ou natural com eficácia comprovada no tratamento, pelo que o doente nunca deve automedica-se sob pena de poder agravar o seu estado de saúde. Contudo, existem diversas medidas preventivas que permitem reduzir ou minimizar o problema, conforme veremos de seguida.

Como prevenir as alergias? Não é possível uma completa prevenção ou evicção dos pólens nas épocas em que estão dispersos no meio ambiente exterior (iria acabar fechado alguns meses sempre dentro de casa!). No entanto, algumas medidas ajudam a proteger de quantidades maiores:

  • Conhecer o boletim polínico que divulga as previsões de quantidades de pólen em cada semana em Portugal, e evitar zonas de maior concentração polínica;

  • Evitar estar ao ar livre nas primeiras horas da manhã em que há maior quantidade de pólen, sobretudo em dias de muito vento e sol, e evitar abrir as janelas de casa nesse horário (preferir arejar a casa da parte de tarde);

  • Ao chegar a casa tomar um duche e mudar de roupa;

  • Não estender a roupa a secar no exterior, preferir o interior de casa ou usar a máquina de secar;

  • Ir para o trabalho ou para a escola preferencialmente de carro mantendo as janelas fechadas e usar filtros anti-pólens para o ar condicionado;

  • Quando viajar de mota utilizar capacete integral;

  • Evitar cortar a relva;

  • Utilizar óculos escuros para combater os sintomas oculares;

  • Atenção aos desportos de ar livre, campismo, caminhadas na natureza, quando são previsíveis maiores contagens de pólens;

  • São preferíveis atividades e férias de praia se for uma época de polinização.


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